Diagnóstico

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Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, referentes ao último trimestre do ano passado, Gondomar lidera a subida dos preços da habitação, comparativamente com o terceiro trimestre de 2024 – sendo apenas superado pelo Funchal. Isto quer dizer que os preços das casas em Gondomar aumentaram 20% no final de 2024.

Os dados mais recentes do primeiro trimestre de 2025 indicam mesmo um crescimento de cerca de 25% dos preços das casas, o que significa que o que era antes uma crise da habitação em Gondomar, é agora uma emergência habitacional.

Os números indicam que a crise da habitação que começou por se sentir nas maiores cidades, começa cada vez mais a alcançar os concelhos periféricos. Gondomar, não só não ficou imune dessa realidade, como lidera a aceleração dos preços das casas nos municípios com mais de 100 mil habitantes.

Deste modo, a habitação é uma dimensão fundamental de intervenção nas políticas locais de Gondomar. Esta realidade exige respostas concretas para garantir habitação digna para todos e para aliviar a precariedade habitacional, com profundas consequências no desenvolvimento social e no equilíbrio socioeconómico.

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As nossas prioridades

Viver com dignidade, habitar em liberdade.

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Recuperar as cooperativas de habitação como importantes meios de acesso à habitação a custos acessíveis

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Aproveitar os equipamentos municipais devolutos (como escolas e centros culturais) para aumentar a oferta de habitação pública a preços abaixo do mercado.

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Reduzir as taxas municipais e o IMI dos imóveis com arrendamento acessível, para projetos de reabilitação urbana e projetos de primeira habitação

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As nossas propostas

Sem casa, não temos futuro. Queremos habitação acessível e em boas condições em todo o concelho, revitalizando os nossos centros urbanos

#1 Habitação digna para todos

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  1. Aumentar a oferta de habitação pública a nível municipal, abrangendo, pelo menos, 10% da população residente até 2030, e garantindo o acesso das pessoas a habitações dignas, com preços acessíveis e abaixo dos valores do mercado, em núcleos urbanos consolidados e áreas de baixa densidade, com interligação à rede de transportes públicos e servidos de equipamentos e serviços essenciais.
  2. Cumprir com a construção da residência universitária prevista para Baguim do Monte e promover, em articulação com instituições de ensino superior e o Governo, programas de alojamento estudantil que descentralizem a rede de residências universitárias da Universidade do Porto para territórios limítrofes à cidade do Porto no concelho de Gondomar, como Valbom ou Rio Tinto.
  3. Recuperar as cooperativas de habitação como importantes meios de acesso à habitação a custos acessíveis.
  4. Permitir a constituição de direito de superfície a longo prazo de edifícios públicos a cooperativas que desenvolvam um modelo de propriedade coletiva, e apliquem o regime de construção a custos controlados destinados a arrendamento de longa duração e rendas acessíveis.
  5. Reformular o Programa Social+ para, em situações de carência, remover a limitação da residência no concelho há, pelo menos, 6 meses, de forma a facilitar o acesso de famílias recém-chegadas.
  6. Fortalecer as respostas sociais às pessoas em situação de sem-abrigo e em más condições socioeconómicas, com base em mecanismos como o Programa Housing First e outros já existentes no município, garantindo o respeito pela individualidade e dignidade humana e que são oferecidas respostas dentro do próprio concelho.
  7. Promover um mercado de arrendamento público a preços compatíveis com os rendimentos médios da população, alocando quer o património imobiliário das autarquias para esse fim, quer imóveis devolutos do Estado, através da transferência da titularidade dos imóveis para a gestão das autarquias com apoio ao financiamento, para aumentar o parque habitacional público destinado a arrendamento a preços acessíveis.
  8. Criar programas 3C Municipais - Casa, Conforto e Clima — de reabilitação de habitações e património municipal para combater a pobreza energética, melhorar o desempenho energético dos edifícios, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, através do uso de materiais sustentáveis e sistemas mais eficientes e uso de energias renováveis.
  9. Aumentar o parque público habitacional, dando continuidade aos projetos já existentes de habitação pública para promover a inclusão e integração de pessoas, o combate à pobreza e a melhoria das suas condições de vida, rejeitando a ideia de segregação em bairros sociais. </aside>

#2 Instrumentos de ação

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  1. Concluir a Carta Municipal de Habitação, como importante instrumento municipal de planeamento, ordenamento territorial e estratégia municipal. Esta carta será fundamental para obtermos um diagnóstico da realidade do concelho em matéria de habitação, definindo metas e objetivos estratégicos consoante as necessidades do território e dos gondomarenses.
  2. Identificar edifícios devolutos ou abandonados há mais de 10 anos e priorizar os de relevância patrimonial, localizados em áreas urbanas centrais ou em zonas de pressão habitacional. Aplicar, de forma faseada e seletiva, os instrumentos legais de reabilitação coerciva, incluindo a posse administrativa, nos casos em que não haja resposta dos proprietários após notificações formais. A intervenção deve incluir:
  3. Redução da carga fiscal através da aplicação da taxa mínima permitida do IMI (0,30%) a aplicar pelas Autarquias para habitação permanente das famílias, aos imóveis em arrendamento de longa duração (10 ou mais anos) com rendas acessíveis e casas de primeira habitação. Também se aplica a projetos de reabilitação urbana para fins habitacionais ou culturais.
  4. Em simultâneo com a proposta anterior, aumentar o IMI e as taxas municipais para arrendamentos com valores acima dos preços do mercado e a partir do terceiro imóvel, respeitando o direito de propriedade privada, mas priorizando o direito à habitação da população que procura uma casa para viver.
  5. Acelerar e garantir a execução efetiva dos financiamentos do PRR e do Orçamento do Estado já atribuídos aos projetos habitacionais no município de Gondomar, assegurando o desbloqueio dos montantes ainda não transferidos, com prioridade para a construção, reabilitação ecológica e conservação da habitação pública**.**
  6. Promover a articulação entre os Programas Ecológicos de Reabilitação dos Bairros Municipais e os investimentos em curso no PRR, garantindo que as reabilitações respeitam critérios de eficiência energética, acessibilidade e inclusão social.
  7. Assegurar a continuidade e o reforço do financiamento municipal próprio para programas de apoio habitacional em Gondomar — Eixo + Habitação do Programa Social+ —, complementando os fundos do PRR. Defende-se a ampliação do parque público habitacional e o apoio estrutural a pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade habitacional, garantindo soluções estáveis e duradouras.
  8. Aumentar o apoio ao arrendamento acessível e contratos de longa duração, através do alargamento do Programa de Apoio ao Arrendamento e redução no IMI em imóveis privados que promovam rendas acessíveis.
  9. Criar um serviço municipal permanente, o “Balcão Municipal da Habitação”, com atendimento presencial e digital, para oferecer apoio técnico especializado a munícipes em matéria de habitação e urbanismo. Este serviço deve articular-se com o Balcão de Habitação e Energia da DECO já existente, mas assumir uma dimensão própria e contínua, com equipa dedicada da autarquia. O Balcão Municipal da Habitação deve assegurar:
  10. Regular o Alojamento Local (AL) através da revisão dos regulamentos municipais, com o objetivo de proteger o direito à habitação e prevenir a pressão turística excessiva. As medidas incluem:
  1. Rever os Instrumentos de Gestão Urbanística e Planos Diretores Municipais, com:

#3 Viver a cidade, viver a vila, construir comunidade

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  1. Promover a qualificação das áreas urbanas, criando novas centralidades, e requalificando praças, parques infantis, jardins e outros espaços de convivência. Estas intervenções devem priorizar a permanência e a inclusão de todos os públicos — especialmente crianças e pessoas com mobilidade reduzida — e favorecer a mobilidade pedonal, promovendo um ambiente urbano acessível, seguro e atrativo.
  2. Promover a instalação e requalificação de equipamentos públicos de proximidade, como centros cívicos, bibliotecas, espaços multiusos, parques urbanos, centros de dia e instalações desportivas, desenhados de forma inclusiva, intergeracional e acessível, garantindo a autonomia dos seus utilizadores.
  3. Promover políticas de proximidade através de intervenções urbanas localizadas, de pequena escala, que respondam a necessidades específicas dos bairros, com forte envolvimento das comunidades na definição de prioridades e soluções. Estas intervenções devem:
  4. Promover “Programas das Veredas” Municipais participados para a requalificação de vias públicas, como a Avenida da Conduta e a Avenida da Carvalha, para que sejam mais verdes, abertas, seguras e acessíveis.
  5. Promover a adequação da via pública e do edificado público a todas as idades, funcionalidades e condicionamentos físico-motores das pessoas, ao:
  6. Reforçar o ordenamento do território municipal, metropolitano e regional, considerando as alterações climáticas, a degradação ecológica e ambiental e riscos associados, através da integração de soluções para a adaptação a estes desafios ao actualizar os planos Directores Municipais.
  7. Dotar a paisagem e as áreas urbanas e vilas, de maior resiliência às alterações climáticas através da Estrutura Ecológica Municipal, do ordenamento dos elementos da paisagem (mata, culturas, sebes) e da implementação das infraestruturas necessárias, preferencialmente verdes, para a redução dos riscos naturais (inundações, secas, deslizamento de vertentes, incêndios florestais, sismos etc.) ao:
  8. Garantir que o Sanatório de Valongo se mantém como património municipal de interesse público e acessível ao uso pela população. </aside>